ATA DA VIGÉSIMA TERCEIRA SESSÃO SOLENE DA QUINTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA NONA LEGISLATURA, EM 06.08.1987.

 


Aos seis dias do mês de agosto do ano de mil novecentos e oitenta e sete reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho; a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Vigésima Terceira Sessão Solene da Quinta Sessão Legislativa Ordinária da Nona Legislatura, destinada à outorga do Título Honorífico de Cidadão Emérito ao Sr. Eugênio Mendes Machado, concedido através do Projeto de Resolução nº 22/86 (proc. nº 2120/86). Às dezesseis horas e oito minutos, constatada a existência de “quorum”, a Srª. Presidente declarou abertos os trabalhos e convidou os Líderes de Bancada a conduzirem ao Plenário as autoridades e personalidades presentes. Compuseram a Mesa: Verª. Teresinha Irigaray, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, presidindo os trabalhos da presente Sessão; Jorn. João Batista de Mello Filho, Diretor-Presidente da Epatur, representando, neste ato, o Sr. Prefeito Municipal, Dr. Alceu Collares; Dep. José Antonio Daudt, representando o Presidente da Assembléia Legislativa do Estado, Dep. Algir Lorenzon; Sr. Luiz Carlos Moren, representando o Lions Club de Porto Alegre – Petrópolis; Sr. Leonel Ricardo Tonniges, representando, neste ato, o Dep. José Ivo Sartori, Secretário do Trabalho, Ação Social e Comunitária; Sr. Eugênio Mendes Machado, homenageado; Sra. Júlia Machado, esposa do homenageado; Ver. Hermes Dutra, proponente da Sessão e, na ocasião, Secretário “ad hoc”. A seguir, a Srª. Presidente concedeu a palavra ao Ver. Hermes Dutra que, em nome das Bancadas do PDS, PDT e PMDB falou de sua satisfação por participar da presente homenagem, relatando o caminho profissional percorrido pelo Sr. Eugênio Mendes Machado e seu trabalho em favor do turismo gaúcho, nacional e internacional. Discorreu acerca da importância do turismo para a economia e desenvolvimento de um País. Analisou diversos problemas enfrentados pelo setor turístico brasileiro. Após, a Srª. Presidente concedeu a palavra ao Ver. Raul Casa que, em nome da Bancada do PFL, salientando o significado da concessão do título honorífico de Cidadão Emérito, como uma forma desta Casa agradecer àqueles que se destacaram pelo trabalho em benefício de Porto Alegre, declarou a justeza da presente solenidade, em vista da luta sempre empreendida pelo Sr. Eugênio Mendes Machado em busca do desenvolvimento de nossa Cidade e de todo o País. Em continuidade, a Srª. Presidente registrou a presença, no Plenário, do ex-Prefeito de Porto Alegre, Sr. João Antônio Dib e leu correspondência recebida pela Casa relativa à presente solenidade. A seguir, a Srª. Presidente convidou o Plenário a, de pé, assistir à entrega, pelo Ver. Hermes Dutra, do Título Honorífico de Cidadão Emérito ao Sr. Eugênio Mendes Machado. Em prosseguimento, a Srª. Presidente concedeu a palavra ao homenageado, que agradeceu o título recebido. Após, a Srª. Presidente fez pronunciamento alusivo à solenidade, convidou as autoridades e personalidades presentes a passarem à Sala da Presidência, convocou os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, e, nada mais havendo a tratar, levantou os trabalhos às dezessete horas. Os trabalhos foram presididos pela Verª. Teresinha Irigaray e secretariados pelo Ver. Hermes Dutra, Secretário “ad hoc”. Do que eu, Hermes Dutra, Secretário “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelos Senhores Presidente e 1ª Secretária.

 

 


A SRA. PRESIDENTE: Informamos ao Plenário que falarão em nome da Casa os Vereadores Hermes Dutra, proponente do título ao Sr. Eugênio Machado, e Raul Casa.

Com a palavra o Ver. Hermes Dutra, que falará em nome do PDS, do PDT e do PMDB.

 

O SR. HERMES DUTRA: Componentes da Mesa, Srs. Vereadores, minha senhoras, meus senhores.

Há acontecimentos na vida cuja realização é aguardada com invulgar expectativa e este, a bem da verdade é um deles. Homenagear Eugênio Machado com o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre transcende o significado de homenagear o pai de família exemplar, o amigo de todas as horas, o conselheiro dedicado e responsável e a figura humana, afável e caridosa, pois que representa a homenagem a toda uma laboriosa classe, que eu denomino de profissionais do turismo. Aliás, conversava com o ilustre Deputado José Antônio Daudt antes do início desta Sessão e dizia que esta Cidade metrópole que tanto afasta as pessoas e que faz com que nós tropecemos diariamente em outros porto-alegrenses, poucos são aqueles que ao serem tropeçados a pessoa levanta os olhos e diz: “ó, Machado é tu”. Porque não há nesta Cidade quem não tenha no Machado ou no Xiru, como diz o Daudt, um amigo, um conhecido, ou um profissional no âmbito de suas atividades.

“Quando falamos de Eugênio Machado logo vinculamos seu nome ao da Exprinter Turismo, e isto não ocorre sem razão, pois que são já decorridos trinta e oito anos desde que aquele jovenzinho, nascido em Bagé, ingressou na empresa com Auxiliar de Contador, galgando, após, sucessivos postos, até atingir o cargo de Gerente, que ocupa desde 1968 até nossos dias.” Aliás, em relação a este aspecto o Machado também virou sinônimo de turismo, de agência de viagens, de trabalho de divulgação, pois em qualquer reunião que se vá e que se fale em um desses três temas ou o Machado está presente ou sempre alguém fala no Machado.

“Ao longo de todos esses anos foram inúmeras as atividades desenvolvidas por Machado em favor do turismo. E isto se traduz, inquestionavelmente, por sua constante presença em Encontros, Seminários, Simpósios, Congressos e Reuniões pertinentes e por sua nunca negada participação em Conselhos, Associações, Sindicato ou quaisquer outros organismos vinculados ao turismo”. Tive o prazer de conviver durante um ano no Conselho Municipal de Turismo com esta figura simpática do Eugênio Machado. E me lembro aqui não do profissional preocupado com a reativação da Doca, com o Largo lá no morro para os turistas, com a divulgação de Porto Alegre, enfim prefiro não lembrar do profissional e me lembrar daquela pessoa sorridente que chegava sempre distribuindo balas para os conselheiros, como para dizer que as acicatadas reuniões dos conselhos se adoçariam com as balas que, gentilmente, sempre fazia questão de distribuir. E nas inúmeras viagens que o Machado fazia pelo mundo afora dentro da sua atividade, era sempre aguardado com uma grande expectativa pelas cosas novas que nos trazia e também porque nunca se esquecia de trazer um brinde, um pequeno relógio, uma maquininha de calcular. Enfim, lá num lugar qualquer da União Soviética, no Interior da Bélgica, ele se lembrava dos seus companheiros do Conselhos Municipal de Turismo e trazia um pequeno presente para sortear entre nós.

Este Machado é que faço questão de registrar, de girar neste momento.

É marcante sua atuação junto à Associação Brasileira de Agências de Viagem, em especial à Seção do Rio Grande do Sul, ao Sindicato das Empresas de Turismo do Estado do Rio Grande do Sul e ao Conselho Municipal de Turismo – COMTUR – da Prefeitura de Porto Alegre, onde exerce a condição de Conselheiro já há vinte e cinco anos ininterruptos.

Em 1956, preocupado em promover alguma coisa de concreto em favor do turismo – algo que já vivia intensamente – Machado, juntamente com alguns abnegados colegas profissionais, fundou a Seção Porto Alegre do Skal Clube, de origem escandinava, hoje de caráter mundial, cujo lema é “amicale di turismi” (amigos do turismo).

A época, como pouco ou nada existia em termos de organismos oficiais de turismo, hoteleiros, transportadores e agentes de viagem, cônscios da necessidade de uma política de turismo, passaram a promover entre si reuniões, almoços e jantares, onde, com base nas experiências já acumuladas, discutiam e propunham diretrizes a serem observadas e que propiciassem um desenvolvimento de todos os setores frente a um mercado em expansão.

Vale dizer aqui, como referência histórica, que foram estes mesmos hoteleiros, transportadores e agentes de viagem, cônscios da necessidade de uma política de turismo, passaram a promover entre si reuniões, almoços e jantares, onde, com base nas experiências já acumuladas, discutiam e propunham diretrizes a serem observadas e que propiciassem um desenvolvimento de todos os setores frente a um mercado em expansão.

Vale dizer aqui, como referência histórica, que foram estes mesmos hoteleiros, transportadores e agentes de viagem que editaram naquela oportunidade, através de sistema cooperativo, o primeiro mapa turístico de Porto Alegre, praticamente o mesmo utilizado posteriormente pelo Touring Club do Brasil, a quem foram cedidos os direitos e, mais tarde, pela Empresa Porto-alegrense de Turismo.

E lá, dentre eles, estava Eugênio Machado presente, como, aliás, numa inequívoca demonstração de participação desapegada de qualquer promoção pessoa, esteve presente também na luta por um local apropriado à apresentação do nosso folclore e de nossas coisas típicas, o que redundou então no CTG 35.

Foram suas também as lutas pela implantação da Doca Turística, os passeios de barco pelo Guaíba, a manutenção do Chalé da Praça Quinze, o Posto de Informações Turísticas e, mais recentemente, o Terminal Turístico da Avenida Princesa Isabel.

Há, porém, uma batalha sua que ainda não terminou: a construção do Centro de Convenções em Porto Alegre.

Tenho certeza de que as lutas empreendidas pelo Machado servirão para registrar para sempre sua efetiva participação no processo de desenvolvimento do turismo em Porto Alegre. Mas tenho a certeza também de que estas lutas não tiveram só a ele como vencedor, senão que toda a comunidade em que vive.

Por mais árdua que tenham sido as lutas, ele sempre tentou, com impressionante persistência, alcançar seus ideais. Faz parte da sua formação profissional, da sua retidão de caráter.

Mas, como disse anteriormente, esta homenagem ao Eugênio Machado é extensiva a todos os que labutam como profissionais de turismo, a todos aqueles que fruto do seu entusiasmo, dedicação e capacidade, fazem funcionar esta verdadeira indústria sem chaminés, a qual, muito embora para alguns não constitua, em sentido escrito, um setor da economia, nos oferece uma gama enorme de bens e serviços próprios da sua natureza.

Turismo, que palavra mágica que parece nos enlevar em sonhos.

Turismo, que no dizer de Thomé Madeira – um dos sustentáculos da atividade no nosso Estado – “é este fenômeno econômico-social, o mais ponderável dos últimos anos, o qual transformou a estrutura e a aparência de muitos países e, em alguns casos, sustenta orçamentos nacionais com o fluxo de divisas provenientes de além-fronteiras”.

Ao proferir estas palavras em 1972, parece que Thomé Madeira “enxergava”o futuro, pois que o turismo é encarado como um dos mais significativos fenômenos da nossa atualidade, quer seja pela soma de setores que abrange, quer seja pelo número de pessoas sobre as quais atua.

Seu crescimento alcança enormes proporções, não se podendo ignorar a importância que assume no contexto dos países.

A progressiva industrialização, os grandes aglomerados urbanos, os padrões de habitação, a carência de áreas para um repouso compensador, são causas desse crescimento que, somadas às facilidades de comunicação e à algumas conquistas sociais, dão margem a um desejo de locomover-se e conhecer novos lugares, circunstância que atinge massas cada vez maiores.

Tem o turismo como resultante também um melhor conhecimento entre os povos e, virtualmente promove o fortalecimento das relações internacionais.

Mesmo com iniciativas precursoras surgidas na metade do século passado, pode-se afirmar que o turismo é uma conquista do presente século, pois é decorrência da melhoria dos níveis de renda de parcelas da população, da diminuição das jornadas de trabalho em alguns países – o que cria uma maior disponibilidade de tempo – bem como da redução em determinadas épocas do custo relativo das passagens aéreas, entre outras facilidades, o que implica em que o turismo não pode nem deve ser encarado como um fenômeno passageiro, mas algo, hoje mais do que nunca, intrinsecamente inserido no contexto social.

Mas, parece que a nível global do nosso país, níveis regional e local, as coisas relativas a turismo não vão nada bem, tanto no que respeita ao turismo interno como ao recebimento de visitantes internacionais.

Sob o aspecto interno, alinha-se como principal razão a condução da política econômica do governo, que luta para não ser recessiva, mas que está trazendo reflexos sensíveis no nível de renda da população.

Também a falta de uma política oficial adequada para o setor é apontada como responsável pela retração que está se verificando no mercado, o que tem obrigado os empresários a promoverem o turismo a seu modo, por si.

Dizem os experts que turismo se faz com criatividade, mas resultados concretos para viabilizar este próspero segmento da economia só advirão se construirmos bases sólidas para o desenvolvimento do turismo interno e para a promoção de um turismo receptivo à altura das potencialidades existentes.

Veja-se o nosso caso. É o Rio Grande do Sul um Estado riquíssimo em tradição, folclore, paisagem e gastronomia. Um verdadeiro manancial cheio de surpresas para o turista. Nossa colonização, no dizer de Érico Veríssimo, “é, talvez, o mais sortido cadinho racial do Brasil”.

Nosso Estado ocupa no concerto nacional, como portão de entrada, o segundo lugar, perdendo apenas para o Rio de Janeiro. Nossa participação é de 24%, aproximadamente, em relação ao total de turistas ingressados no país, que é da ordem de dois milhões anuais.

Mesmo assim, ainda representamos, por mais que não queiramos, simples “corredor” por onde passam as correntes turísticas, um verdadeiro portão de entrada e saída.

Apesar de tudo o Rio Grande do Sul, com toda a deficiência de apoio oficial, está, mercê da sua variedade paisagística, do excelente acervo étnico-cultural, da gastronomia, do artesanato, do folclore e das condições climáticas favoráveis, progressivamente, com muito trabalho, passando da fase de centro emissor de turismo para centro receptor, num crescimento razoavelmente acentuado.

Porto Alegre, por sua vez, que nos diz mais respeito, continua sofrendo a sina de servir meramente como passagem ou pernoite para as correntes do Prata em direção ao centro do país ou do centro do país em direção ao Prata. Nossa estacionalidade média é de apenas meio dia, o que, convenhamos, em se tratando de uma capital, é um índice muito aquém do desejado.

É preciso por isto que se promovam condições cada vez melhores para que os turistas tenham um maior tempo de permanência em nossa cidade, fazendo dela não apenas um ponto de parada obrigatória, mas um importante centro de turismo receptivo.

Para que, juntos, consigamos promover o desenvolvimento do turismo em nossa capital, é necessário que todos estejamos perfeitamente conscientes da importância que ele representa, da importância desta fonte de progresso que é capaz de gerar bens, empregos, de melhorar o nível de renda e de dar, incontestemente, uma parcela ponderável de contribuição ao nosso Estado no seu desenvolvimento econômico.

A nível de Brasil, permanece vigente, ainda, a obrigatoriedade do pagamento de depósito compulsório para viagens ao exterior. A medida se mostrou concretamente contrária, injusta mesmo, aos interesses das agências de viagem, cujos movimentos de negócios decresceram de forma alarmante nos últimos tempos.

Apesar de a atual direção da Empresa Brasileira de Turismo apregoar que o turismo nacional vive um dos seus mais importantes momentos e, para tanto, alinhar uma série de providências adotadas, dentre as quais citam-se: a instituição do Ano Nacional do Turismo, em 1987, voltado para o movimento interno de viagens; a criação do Passaporte Brasil, também destinado a promover o turismo interno, oferecendo novos destinos, barateando custos de viagens e incrementando a procura de pacotes turísticos; a utilização do chamado marketing turístico, com resultados tidos como excelentes; a implantação do projeto denominado “Turismo para Portadores de Deficiência Física”, abrigado sob a máxima de que turismo é um direito de todos; e agora, nestes dias, o anunciado “Disk-Turismo”, a verdade é que as estatísticas oficiais indicam neste ano, comparativamente ao mesmo período do ano passado, uma redução de trinta e cinco por cento no turismo receptivo. Número este que está sendo contestado pelos empresários do setor que calculam em cinqüenta e cinco por cento a redução, o que, convenhamos, é alarmante, e merece ser analisado com profundidade.

Enquanto isto, os mais importantes centros turísticos do mundo continuam a receber anualmente milhões de turistas, ansiosos sempre em conhecer a formação dos grupos étnicos, os costumes nacionais, as diversidades de regiões, o grande número de cidades históricas, as riquezas artísticas e culturais e os museus.

Mas para que tal aconteça, há mais ou menos vinte anos que os países mais beneficiados com divisas do turismo, entre eles primeiramente a Espanha e a Itália, promovem maciças inversões financeiras, incentivando a construção de hotéis, albergues, paradouros, restaurantes, enfim, locais de estadia e entretenimento, com excepcionais resultados na conta-turismo, decorrente de uma atividade planejada e continuada.

Entendi de fazer estas considerações, que reputo plenamente pertinentes a esta solenidade, para que possamos meditar acerca do verdadeiro significado do turismo para o nosso país, e delas colher, quem sabe, algumas lições.

Até mesmo porque não se pode falar em Eugênio Mendes Machado sem se falar em turismo. Não se pode homenagear Eugênio Machado sem se homenagear o turismo. E nunca é demais que reflitamos um pouco sobre esta importante atividade para, quem sabe, consigamos esclarecer, conscientizar os que governam esta Nação, este Estado e esta Cidade da importância que o turismo representa.

Finalizando, quero dizer ao nosso ilustre homenageado Eugênio Mendes Machado, que dentre o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre, que hoje irá receber, que dentre as condecorações, placas, medalhas, troféus, títulos e diplomas já recebidos, há um que considero muitíssimo especial. Mas, antes de cita-lo, quero, por derradeiro, fazer uma pequena consideração em nome dos teus amigos do Lions Clube Porto Alegre – Petrópolis, que aqui acorreram, hoje, para abraçá-lo, porque, também, consideram homenageados, na tua pessoa. E, neste Plenário, nestas galerias, tu podes ver a fisionomia faceira de todos, alegres por estarem aqui, podendo te abraçar.

Para este não há diploma, troféu ou medalha. Este é o título que considero muitíssimo especial te foi conferido pelos teus amigos e colegas de profissão e simboliza toda uma vida de dedicação: é o título de nosso embaixador do turismo no Brasil e no exterior. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE: Concedemos a palavra ao Ver. Raul Casa, que falará em nome do Partido da Frente Liberal.

 

O SR. RAUL CASA: (Menciona os componentes da Mesa.) Mais uma vez, a Câmara Municipal de Porto Alegre, no cumprimento de uma de suas mais gratificantes missões, está a realçar quem, em nossa comunidade, se fez credor do reconhecimento público. Gratifica-nos o fato de poder saudar em nome do Partido da Frente Liberal, na tradução do reconhecimento dos méritos do nosso homenageado, a iniciativa do diligente, e até nos causando uma certa inveja o fato de ter se lembrado de resgatar essa dívida da Cidade, com quem tanto se fez merecedor. Feliz e muito importante, a iniciativa do ilustre e querido Ver. Hermes Dutra, acolhida por unanimidade por esta Casa.

Sabe o Eugênio, que teríamos, especialmente hoje, alguma dificuldade em aqui estar, por razões até de ordem familiar, para dizer, de viva voz, o quanto é importante agradecer ao Eugênio Machado o que ele tem feito pela nossa Cidade, pelo nosso Estado e pelo nosso País. Este ato, querido amigo, evoca gratas lembranças de um longo e fraterno convívio com esta figura ímpar, que é o Eugênio Machado.

Realçar a figura humana do Machado, como já disse o Hermes Dutra, ultrapassa a formalidade de um ato de justiça, para enaltecer, gizar, realçar uma obra: a sua luta – e nunca é demais se repetir em favor da indústria do turismo. E podemos dizer que Eugênio Machado é o verdadeiro patrono do turismo no Rio Grande do Sul, pelo seu exemplo de trabalho, de talento, de organização. Aprendi com ele que as melhores lições de vida não são aquelas que os livros nos dão, que os mestres nos ensinam. Aprendi que as melhores lições de vida são aquelas que o exemplo nos dá. Por isso eu me escalei até escondido dos meus companheiros de bancada por esta homenagem, pelo que penitencio com o Ver. Aranha Filho aqui presente.

Não se dissocia de Eugênio Machado o crescimento de nossa Cidade. Sua trajetória profissional é a luta típica daqueles homens que constroem e edificam a sua vida no trabalho, no esforço pessoal e, sobretudo, no devotamento a uma causa e é da tradição de nossa gente, Eugênio, o gesto elegante de reconhecimento como teve esta Casa, o de consagrar o mérito daqueles que quer seja através da arte, do saber, da sua atividade social, comercial ou industrial, ajudam o desenvolvimento de nossa Cidade. Inteligência, imaginação e conhecimento são qualidades essenciais num ser humano, mas, somente a eficácia poderá converte-los em resultados. A Exprinter é este resultado que traduz tudo aquilo que meu ilustre antecessor teve a oportunidade de destacar. Este é o registro para a história de nossa Cidade que seus representantes prestam a um profissional cuja missão é o permanente, fascinante desafio de uma verdadeira comunicação social. Uma comunicação respeitosa; seja qual for a profissão que se abraça, já dizia Paster, ela deve ter um fim moral.

Quando se aliam a firmeza de caráter, a moral e o profissionalismo, o cidadão conquista a estima pública e a consideração da comunidade. É o que o Machado conseguiu. Quando nós praticamos um gesto de bem, Machado, não sabemos se seus frutos são para hoje ou para quando. Eles podem ser tardios, mas são certos. A injustiça, esta pode se impacientar porque é precária. A verdade, Machado, jamais se impacienta porque ela é eterna.

Alguns, como já dizia Rui, plantam a semente da couve para a colheita do amanhã. Outros plantam a semente do carvalho para o abrigo do futuro. Aqueles, egoístas, plantam para si. Estes, plantam para o mundo, para a felicidade do gênero humano que é o que, afinal, tu fazes, com o teu temperamento, com a tua solidariedade, com a amizade que todos nós temos por ti e tu tens por nós.

Por isso, enquanto houver homens como tu, temos certeza de que sempre haverá a esperança, porque, como tu, nós, Vereadores, homens do povo, todos, queremos forjar uma sociedade – cada um na sua atividade – que seja um alicerce da verdade, construindo com justiça e espírito cristão. É o que fazes, Machado, e eu tenho como título o fato de ter te saudado no dia em que a Casa se engalana para dar o título de Cidadão Emérito a quem a ele fez jus. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE: A Mesa registra, com prazer, a presença, neste Plenário, do ex-Prefeito João Antônio Dib. (Palmas.)

A Mesa comunica aos nossos convidados e ao nosso homenageado que recebeu correspondência da Prefeitura Municipal de Gramado, do Dr. Guilherme Socias Vilella, da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, do Secretário de Indústria e Comércio do Rio Grande do Sul, do ilustre Sr. Governador do Estado do Rio Grande do Sul, Dr. Pedro Simon e do Dr. Jaime Sirotsky, Presidente da RBS. Passamos estas correspondências às mãos do ilustre homenageado.

Convidamos, agora, o Plenário para que, em pé, assistamos à entrega do prêmio de Cidadão Emérito ao nosso homenageado e pedimos ao proponente da Sessão, Ver. Hermes Dutra, para que compareça à Mesa e faça a entrega do prêmio.

 

(O Ver. Hermes Dutra faz a entrega do título de Cidadão Emérito ao homenageado.) (Palmas.)

 

Concedemos a palavra ao nosso querido homenageado Sr. Eugênio Mendes Machado.

 

O SR. EUGÊNIO MENDES MACHADO: Querida Vereadora Teresinha Irigaray Presidente desta Sessão; minha querida esposa Julinha; Jornalista Batista Filho, representando S. Ex.ª o Prefeito Municipal de Porto Alegre; meu querido José Antônio Daudt, representando o Presidente da Assembléia Legislativa; meu querido Luiz Carlos de Barros Moren, representando o Lions Club Porto Alegre – Petrópolis; meu querido amigo Leonel, representando o Deputado Ivo Sartori.

Realmente, na vida são momentos muito gratificantes. Eu quero agradecer ao meu querido Hermes Dutra esta Moção do meu nome para receber este tão grande título. Aos querido Vereadores, ao meu querido Raul Casa que muito me emocionou também e aos Vereadores que homologaram o meu nome; vejo o Carlinos Santos, o Martin Aranha e o meu querido Terra. Vocês, realmente, neste momento, estão dando a Porto Alegre o amor que eu também dedico. Eu quero também agradecer, neste momento, aos colegas agentes de turismo, aos companheiros hoteleiros, vejo os dois amigos Ritter e o meu querido Venturini. Aos meus amigos do Lions Club Petrópolis o qual tenho muitas saudades. Quero agradecer ao meu querido Conselho de Turismo que hoje, pela manhã, me mandou um telegrama, meu querido Presidente Schaan. Verdadeiramente é muito difícil responder a tudo o que eu recebi nesta hora. Eu também quero este Título repartir com vocês e também com minha querida esposa, meus filhos, meu genro, minha nora e a minha querida neta.

Não deixaria de agradecer também às pessoas que me conduziram a ter vocês como meus amigos. Eu diria a imprensa, citaria alguns nomes, perdoariam se alguns não irei citar. Aqui ao lado direito meu querido e jovem amigo José Antônio Daudt, uma pessoa que nos conhece, desde o início do namoro com minha querida esposa.

Então, estes fatos que hoje estou lembrando eu também vejo na fisionomia também do meu querido Renato Brenol de Andrade. Os meus companheiros de luta do turismo e me recordo neste momento, ausente, Flávio Alcaraz Gomes que hoje pela manhã me dedicou seu programa. Jamais também esqueceria o meu querido amigo Adroaldo Streck, representado por sua querida esposa.

Estas coisas comovem um homem e o levam a trabalhar. Falando na Imprensa eu quero destacar uma pessoa que esteve sempre ao meu lado me ajudando e me promovendo. Por ele eu já teria sido Secretário do Turismo no tempo talvez de Borges de Medeiros ou Flores da Cunha. Refiro com muito orgulho, do fundo do coração a figura de Melchiades Stricher Filho, companheiro de colégio, em Passo Fundo.

Então, meus amigos, é muito difícil dizer o que ora o meu coração quer transmitir mas eu confesso a vocês que tenho recebido desta Cidade de Porto Alegre tanto carinho. Agora há pouco tempo o carinho que o Dr. João Dib nos dedicava, no turismo, no atender a nossa classe, aos nossos colegas, em todos os momentos.

Então vejo tantos amigos que eu gostaria de citar a todos, mas perdoem porque aí teríamos muito tempo. Mas o meu coração fala muito alto porque amo esta Cidade, vindo de Bagé comecei o meu trabalho nesta Cidade que me deu a felicidade de ter vocês como amigos.

Amo esta Cidade porque ela ensinou-me a amar todos vocês. Sou grato.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE: Neste momento, cabe a esta Vice-Presidente como Presidente da Casa encerrar esta Sessão Solene. Não poderia faze-lo sem dizer que realmente a vida é uma série de reencontros, é uma série de ensinamentos, é uma lição de vida, como disse o meu amigo Ver. Raul Casa, eu não poderia jamais imaginar que teria esta gratificação, neste momento, em rever dentro do reencontro aqui neste Plenário praticamente uma vida toda.

Eu me vejo criança e adolescente quando enxergo o casal Borges, o Celso e a Zilca, eu me vejo dentro da faculdade quando encontro o meu querido amigo José Antonio Daudt, hoje um eminente Deputado da Assembléia do nosso Estado, eu me vejo Deputado quando enxergo meu nobre amigo Valdir Lopes, que era o Presidente da Casa quando eu ali atuava. E a vida vai passando num painel e eu fico gratificada e feliz por estar neste momento te saudando Eugênio Machado.

Quando lembro, também, da Julinha, nos velhos tempos do Instituto de Educação, eu fico feliz em poder saudar, em conjunto, o querido casal, mas em particular esta figura amável, querida, simpática, cordial, educada, sorridente e que, às vezes, num gesto de caridade, protege uma Vereadora e amiga que diz: Machado, eu não tenho condições. Ele diz: “não, vai lá que eu te consigo a passagem e depois pagas como quiseres”. Estes são gestos que jamais podemos esquecer. Eu conheço alguma coisa desde Estado, deste Brasil, graças ao amigo Eugênio Machado porque ele é uma grande alma, uma alma caridosa, um bom amigo, uma alma generosa, um bom amigo, uma personalidade maravilhosa e gratificante.

Então, nesta hora, neste quase encerrar de tarde da penumbrosa Porto Alegre – ela não está penumbrosa, ela está iluminada e está iluminada porque eu estou me sentindo feliz, porque este Plenário está feliz, porque aqui estão todos, Machado, os teus amigos. Não estamos saudando apenas aquele que incentivou a classe do turismo, não estamos saudando apenas homenageado aquele que é uma grande figura, como o Ver. Hermes Dutra, já destacou da tribuna, estamos saudando aqui, excepcionalmente o amigo, aquele amigo de sempre, aquele amigo sorridente, amigo de todas as horas.

Então, nesta hora, eu, Vereadora, Presidente desta Casa, me sinto feliz, até tenho um pouco de inveja por não ter tido a idéia antes do Ver. Hermes Dutra de poder te homenagear. Aqui estão todos os Vereadores teus amigos, os que não estão, certamente por motivos excepcionais não puderam faze-lo. Mas, está o Ver. Ênio Terra, está o Martim Aranha, está o Ver. Artur Zanella, o Ver. Hermes Dutra, o Raul Casa e todas as pessoas que, junto comigo, privam de tua vida de luta, sacrifícios e idealismo.

Esta Casa, hoje, realmente, cresceu. A Casa do povo de Porto Alegre agigantou-se hoje ao conceder a Eugênio Mendes Machado o título de Cidadão Emérito de Porto Alegre. Realmente, tu mereces. Todos nós, nesta hora e neste momento, estamos muito contentes e felizes por poder dizer que somos amigos de Eugênio Machado e estivemos com ele nesta homenagem tão carinhosa, amiga e de iniciativa tão feliz por parte do Ver. Hermes Dutra. Estamos todos aqui para te desejar que tu sejas, realmente, o Cidadão Emérito de Porto Alegre porque tu o mereces. Muito obrigada.

Nada mais havendo a tratar, estão encerrados os trabalhos.

 

(Levanta-se a Sessão às 17h.)

 

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